Igreja Iniciática
A IGREJA INICIÁTICA GNÓSTICA.
Nossa Igreja Gnóstica está localizada no Astral. Seu templo é um Templo de Iniciações. Esta é a Igreja a qual pertenceu o divino rabi da Galiléia e procede dos Mistérios. Estes Mistérios Sagrados foram instituídos pelos anjos.
A Igreja Gnóstica é a autêntica igreja primitiva, a verdadeira igreja cristã, a qual pertenceram os primeiros santos da igreja católica, que nessa época, era gnóstica-católica. Essa é a primeira e antiga igreja de nosso Senhor Jesus Cristo, a qual conserva todos os ensinamentos secretos do Mestre.
A ela pertenceu o patriarca Basílides, famoso alquimista que deixou um livro de chumbo com sete páginas e que está no Museu de Kircher, no Vaticano – livro esse que, naturalmente, os arqueólogos não puderam entender, porque lhes falta conhecer a ciência oculta. Basílides foi discípulo de São Matias.
A ela pertenceram Saturnino de Antióquia, famoso cabalista; Carpócrates (que fundou muitos conventos na Espanha); Marcião do Ponto, São Tomás, Valentim, Santo Agostinho, Tertuliano, Santo Ambrósio, Irênio, Hipólito, Epifânio, Clemente de Alexandria e Marcos (que cuidou da santa unção e nos deixou ensinamentos extraordinários sobre o caminho das forças seminais através das doze portas de nosso corpo).
A ela pertenceram Cerdão, Empédocles, São Jerônimo e muitos outros grandes santos da igreja católica romana.
Não estou de acordo com o Mestre Huiracocha – e com o maior respeito lhe digo – quando diz que nossa Igreja tem somente três sacramentos, chamados batismo, eucaristia e extrema-unção. Como Iniciado da Igreja Gnóstica afirmo que nossa Igreja tem estabelecido também o principal de seus santos sacramentos, que é o do matrimônio.
Nesse sacramento a mulher se reveste com o traje de sacerdotisa da Igreja Gnóstica a qual é entregue como esposa-sacerdotisa a seu marido. Nisso, oficiam os veneráveis Mestres da Loja Branca, e ela vem a ser a digna esposa por meio da qual se alcança o despertar de Kundalini e da Alta Iniciação. Esse é o Matrimônio Perfeito.
A Igreja Gnóstica dá mais importância ao Cristo que a qualquer outro fundador de religião. Isso é devido a que dentre o Divino Mestre e os demais fundadores de religiões houve uma grande diferença, e essa diferença foi a Ressurreição. Nem Maomé, nem Confúcio, nem Lao-Tsé ressuscitaram; Buddha, o Grande Amitaba, tampouco ressuscitou. Todos eles terminaram em nosso mundo físico e a sua ressurreição foi somente para os mundos internos, ao se reunirem com seus Íntimos. Só o Corpo Astral do Cristo regressou e se perpetuou com todas as forças. E esse Astral, por meio do éter químico, faz crescer as plantas e as sementes, ficando encerrado na semente. Essa essência do Cristo é o que oferecemos na unção eucarística.
Assim, o Cristo segue dando vida a tudo que existe; sua ressurreição foi perfeita, e por isso é que a Santa Igreja Gnóstica dá mais importância ao Cristo que aos demais fundadores de religiões. O Cristo, para nós, gnósticos, é um fato cósmico-biológico de grande importância. Por isso é que falamos do Cristo Cósmico, do Cristo Histórico e do Cristo Líquido. É que o Cristo, cujo verdadeiro nome é Maitreya, é uma potência do universo, cuja aura já está produzindo grandes fenômenos na atmosfera de nosso planeta.
Nossa Igreja Gnóstica, localizada no Astral, oficia constantemente, e os Iniciados concorrem ao “Pretor” durante o qual recebem a sagrada unção eucarística. Muitos desses Iniciados comparecem em corpo astral, e outros, em corpo físico em “estado de Jinas”, e assim recebem a santa unção.
O sacerdote Iniciado percebe, em estado de êxtase, a substância do Cristo e, ao operar pela magia, transmite sua própria influência ao pão e ao vinho, despertando a substância do Cristo que ali se encontra para que ela atue dentro de nossos corpos físico e astral.
O sacerdote usa três vestes superpostas e um barrete. As três vestes representam os nossos três corpos: físico, astral e espiritual; o barrete simboliza que é homem. Quando predica, cobre a cabeça como para dizer que só expressa opiniões pessoais.
O altar simboliza a terra; o pé do cálice simboliza a planta; e o cálice, a flor. Isso significa que a substância do Cristo penetra em toda a natureza e faz crescer o talo, dar a espiga e finalmente se materializa no grão.
Formado o grão, o resto morre. Dentro desse poder do trigo fica toda a substância Cristo, a qual vem a dar vida a todo nosso corpo. Se não fosse por essa substância do Cristo em nós, seria impossível viver. O sol é a base de tudo.
O mesmo ocorre com o vinho. Na uva está encerrada a vida do Cristo-Sol, que ingerimos com a santa unção.
“Epifania” significa “manifestação” ou “revelação” ou a ascensão do Cristo em nós. Isso obtemos com a santa unção e com a magia sexual.
Dietrich, o grande teólogo, diz que para achar o “religare” ou a união com a divindade é preciso fazê-lo por meio destas quatro vias:
1. Receber a Deus (eucaristia)
2. União amorosa (magia sexual)
3. Amor filial (sentir-se filho de Deus)
4. Morte e reencarnação
Esses quatro caminhos vive integralmente o gnóstico.
À Santa Igreja Gnóstica, situada no Astral, pode comparecer a humanidade inteira. Ali se oficia às sextas-feiras e aos domingos pela manhã ou quando se necessita fazer algo em favor da humanidade. Muitos acorrem ao Pretor em corpo astral; outros, com o corpo físico em estado de jinas.
Naturalmente para acorrer ao pretor é preciso aprender a viajar em astral; quem quiser ir em jinas, deve aprender a sair com o corpo físico em jinas. Para tanto, é preciso que o discípulo tenha fé e tenacidade. Muitos aprendem isso no mesmo dia; outros, levam meses e até anos inteiros. Tudo depende da evolução de cada um.
O segredo para sair em corpo astral é muito simples: Bastar adormecer pronunciando o poderoso mantra, ou seja, a palavra mágica Tai-re-re-re. A exata pontuação indica o modo da sua pronúncia.
Depois, quando estiver nesse estado de transição entre a vigília e o sono, mergulhará profundamente dentro de si por meio da reflexão; depois, suavemente se levantará de seu leito. Ato seguido, levantará vôo rumo à Igreja Gnóstica situada no astral.
O segredo para pôr o corpo físico em estado de jinas consiste em aproveitar o momento exato de estar despertando do sono normal para se levantar do leito cheio de poderosa fé e mantendo o sono. Depois, com fé e mais fé se encaminhará através do espaço rumo à Igreja Gnóstica. Toda análise, dúvida ou vacilação prejudicam o experimento. Isso é para ser feito nos instantes precisos de estar acordando ou de estar adormecendo, “conservando o sono”.
Muitos conseguem fazer no primeiro dia; outros levam anos inteiros para aprender. Como já foi dito, tudo depende do estado de evolução de cada um. O autor faz isso maravilhosamente bem, e a maior parte de seus discípulos já estão treinados nisso também.
Essas técnicas ensino aqui para que todos possam acorrer ao Pretor. Mas, bem sei que haverei de ser ridicularizado até mesmo por parte de certos “sabem-tudo” espiritualistas da Colômbia, mas, o imenso amor que sinto pela humanidade, me obriga a dar este ensinamento a todos os seres humanos.
Para muitos leitores, este livro é uma idiotice, uma enganação e nada mais que isso. Os preparados verão neste livro algo grandioso, sublime, extraordinário – porque aqui estão as chaves da Alta Iniciação.
Em nossa Igreja Gnóstica cultivamos fortemente o Íntimo e desenvolvemos robusta e poderosa cultura. Portanto, a zombaria de ninguém nos atinge.
Quando o corpo físico entra em estado de jinas, parece inchar ou encher-se momentaneamente enquanto atua dentro do plano Astral. Isso se deve a que as forças do astral penetram e invadem totalmente o corpo físico. Esta é uma espécie de sonambulismo voluntário e totalmente consciente.
Se os sonâmbulos soubessem algo dos estados jinas poderiam atuar a todo momento com seu corpo físico dentro desse plano. Bastaria “puxar” o corpo físico para dentro, para o astral. Inconscientemente o ego puxa o corpo físico para dentro, para o astral, graças a um átomo contido na “sela turca”.
Basta querer agir dentro do plano astral para que o subconsciente realize esse fenômeno. Era assim que Simão o mago conseguia flutuar no ar diante das atônitas multidões e permitiu que Jesus caminhasse sobre as águas do mar da Galiléia sem afundar. E foi assim também como os quatro Tronos trouxeram seus corpos físicos desde Vênus durante a época atlante.
Eu lamento muito que meus queridos irmãos teósofos e rosacruzes ignorem essas coisas tão simples e elementares, que qualquer velhinha humilde, popularmente chamada de “bruxa”, consegue fazer sem esforço.
Essas pessoas humildes no têm livros na cabeça, mas fazem mais prodígios que todos os irmãos rosacruzes e teósofos juntos. É que elas, em contato com a natureza, conservam essas maravilhosas faculdades que os homens das cidades danificaram pelas leituras, teorias e pela vida artificial que levam.
Porém, depois dessa digressão, necessária para esclarecer este capítulo, voltemos ao nosso ritual gnóstico. Quando o oficiante católico vai desde o lado da epístola para o lado do evangelho, para uns significa a ida de Jesus de Herodes a Pilatos; para outros, é a passagem dos gentios aos judeus. Mas, na realidade isso representa a passagem de um mundo para o outro depois do desencarne.
Nós, gnósticos, em cada estação usamos um hábito diferente.
No astral há anjos que trocam de posto constantemente em seu trabalho de ajudar a humanidade. Assim, temos o anjo Raphael na primavera; Uriel no verão, Miguel no outono e Gabriel no inverno. Todos esses acorrem ao pretor.
De todas as orações, a mais poderosa é o Pai Nosso. O gnóstico dá extrema importância a essa oração porque sabe que ela é uma grande oração mágica de grandioso poder.
Imaginação, inspiração e intuição são os três caminhos para a Iniciação. Diz o Mestre Huiracocha: Primeiro é preciso ver internamente as coisas espirituais; depois, escutar o verbo ou a palavra divina para ter nosso corpo espiritual preparado para a intuição.
Esta trindade se encontra nas três primeiras súplicas do Pai Nosso: “Santificado seja teu nome” quer dizer o verbo divino, o magnífico nome de Deus, a palavra creadora. “Venha a nós teu reino” quer dizer que com a pronúncia do verbo dos mantras vem o Pleroma, o reino divino. “Faça-se a tua vontade assim na terra como no céu” consiste na união com o Íntimo, ficando resolvido tudo.
Com essas três petições temos pedido tudo e se algum dia conseguirmos, seremos deuses, e por isso, já não necessitaremos pedir mais.
A Igreja Gnóstica é a religião da alegria e da beleza. Abrimos, pois, as portas a todos que quiserem assistir os nossos santos rituais durante os quais oficiam os Mestres.
Autor: Venerável Mestre Samael Aun Weor
Texto extraído e editado do Capítulo 7 do livro O MATRIMÔNIO PERFEITO DE KINDER, primeira edição de 1950.
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